O que não fazer no marketing de vendas que ferem a LGPD?
Algumas práticas do marketing de vendas sempre foram mal vistas por muitas pessoas, porém, agora, mais do que nunca as empresas devem ficar atentas e acabar de vez com essas ações que batem de frente com a LGPD e podem trazer problemas para sua empresa.
A LGPD é uma sigla para Lei Geral de Proteção de Dados é uma lei criada para proteger os dados dos brasileiros de empresas e organizações públicas e privadas. Essa lei foi aprovada em 2018 e passou a vigorar em agosto de 2020. Mas, só a partir de agosto desse ano (2021) é que as empresas podem sofrer multas e punições caso descumpram o regulamento.
É a partir dessa data que a ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) fica instalada fazendo a fiscalização e o regulamento de toda a lei. Para se ter uma ideia da seriedade dessa lei, existem multas que podem chegar até R$ 50 milhões por infração, dependendo da gravidade da prática.
Para sua empresa não ter prejuízos financeiros e nem desrespeitar os dados dos seus clientes, confira abaixo o que não fazer no marketing de vendas. A ideia aqui é te ajudar a manter sua base de leads sem ferir as diretrizes da nova lei. Confira!
1- Compra de listas
Se existe uma prática que precisa ser abolida urgentemente é a compra de lista com dados de leads. Essa já é considerada uma má prática de marketing de vendas, uma vez que com isso, você não irá chegar no seu cliente ideal. Essa é uma daquelas famosas práticas de atirar pra todo lado para ter um pequeno retorno, mas não é uma ação de marketing estratégico e direcionado que recomendamos.
Agora, em termos jurídicos, pensando na LGPD, o fato das empresas adquirirem os dados pessoais de pessoas sem autorização prévia e conhecimento dos titulares dos dados é muito abusivo.
Vale lembrar que qualquer dado correlacionado a uma pessoa é visto como pessoal, desde e-mail ou telefone. Portanto, agora, mais do que nunca, você precisará de autorização do titular para coletar, armazenar, ligar, enviar emails, mandar mensagens, processar e realizar qualquer tipo de tratamento desses dados.
Obviamente sabemos que as empresas estão no “corre” para acelerar seu crescimento e impulsionar suas estratégias comerciais ainda mais em momentos de crise como a que estamos vivendo. Porém, é necessário ter um limite ético de como fazer isso e como alcançar seus resultados sem ser invasivo.
2- Compartilhamento de dados
Se um leads fizer algum tipo de conversão em uma landing page da sua empresa e você recebe os dados que ele preencheu em um formulário, por exemplo, você não poderá repassar essas informações para outras empresas. Pelo menos não até informar e solicitar ao titular, mesmo que sejam empresas parceiras.
É necessário que esse lead esteja consciente sobre isso e tenha autorizado o compartilhamento dos seus dados. O que você pode fazer é anexar um termo de aceite antes das pessoas concluírem um preenchimento, concordando com o que for estabelecido. E lá você poderá listar a forma como sua empresa realiza o tratamento dos dados. O lead poderá concordar ou não com isso, da forma que mais lhe convier.
Anteriormente, o compartilhamento de dados no marketing de vendas acontecia quando você realizava uma ação com outras empresas envolvidas, parceiras e todos tinham acesso aos dados. Ou quando realizada um evento com outras empresas patrocinadoras e todos recebiam a lista de inscritos. Agora isso não pode ocorrer sem um consentimento prévio. Tudo deve estar às claras.
3- Envio de emails sem consentimento
Algo que era muito comum até recentemente era enviar emails para pessoas que não se inscreveram para obter esses conteúdos e materiais. Muitas empresas conseguem base de emails de outras empresas parceiras ou ainda através da compra, em mailings vendidos por empresas de comunicação.
Para se ter uma ideia, essa ação abusiva de marketing de vendas na Europa, é um dos principais motivos para punições e multas das empresas. Evite prejuízos e dor de cabeça através de uma base legal válida. Ao incentivar que seu público se inscreva para receber seu e-mail marketing, você garante essa base legal, além de melhorar sua taxa de rejeição, uma vez que só quem realmente se interessar pela sua empresa receberá seus materiais, promoções e informações.
4- Coletar dados desnecessários
No marketing de vendas isso era muito comum. Antes, entendia-se que quanto mais dados e informações você tiver sobre o seu público melhor. E, de fato, sim. Porém, na hora de colocar um formulário na sua landing page evite pedir muitas informações que fogem ao objetivo da sua página.
Peça somente o que você precisará para dar continuidade à operação. Uma das premissas da LGPD é ter em mãos apenas os dados que realmente forem ultra necessários para sua empresa e que você exclua logo depois que utilizar, caso não haja mais necessidade de manter.
Realmente faz muito sentido. Pense comigo, há necessidade de solicitar um telefone, caso sua empresa não trabalhe com contato telefônico? Avalie o que é importante para você.
Colocando menos campos para preencher nos formulários você também aumenta suas chances de conversão no funil de vendas. Isso já foi constatado e você pode fazer um teste A/B para tirar a prova você mesmo.
5- Usar dados para outras finalidades
Se você realiza alguma pesquisa na sua empresa e, nessa pesquisa, previamente autorizada pelos participantes, você obtém os dados deles você não deve utilizar esses dados para outras finalidades, como enviar emails promocionais e ofertas para os entrevistados.
Isso é uma prática muito comum em marketing de vendas, mas que é mal vista. A LGPD preza pela finalidade, adequação e necessidade e defende apenas o uso dos dados para propósitos claros e compatíveis com as finalidades informadas.
6- Indicações de pessoas
Você deve se lembrar, antigamente essa prática era extremamente comum e até hoje algumas empresas com um marketing de vendas obsoleto ainda utilizam: pedir indicações sem o conhecimento da pessoa indicada.
Você lembra quando uma escola de inglês X te ligava oferecendo serviços e pedia para você indicar algum amigo? Então, essa prática é completamente abusiva e deve ser evitada.
Por isso que muitas empresas hoje em dia fazem isso de uma maneira diferente. Ao invés de pedirem o contato da indicação para você, pedem que você indique a empresa deles para seus amigos e, caso seus amigos se inscrevam/criem uma conta você e ele podem se beneficiar disso com descontos e outras vantagens. Nesse caso, tudo bem, pois a pessoa de livre vontade pode optar por se inscrever ou não.
Outra sugestão é você adicionar um checkbox de responsabilização em que a pessoa que está indicando garante que o lead indicado está ciente. Ou também enviar um email com double opt-in de boas-vindas para o lead indicado.
O que achou das dicas? Você realiza alguma dessas práticas de marketing de vendas? Se estiver interessado em saber outras formas de alcançar seus clientes legalmente, sem ser invasivo e que dê resultados entre em contato!
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!